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Em busca do vinho do Sr. D. ~ Samuel Mellard Kenan

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Mensagem por Melinoe Qua Out 30, 2013 1:32 pm




Em busca do vinho do Sr. D.

Samuel Mellard Kenan

Noite de sábado no acampamento meio sangue, durante toda a semana os campistas deram duros em horas quase intermináveis de treinos, então por ordens de Zeus a Dionísio, com o tanto que diminuísse sua pena em alguns anos, para que desse aos mesmos dois dias de descanso e festa, os mesmos estavam precisando.

Todos juntos em volta de uma fogueira comemoravam a bondade do senhor dos céus, só tinha um problema, toda a comida e a bebida estava perfeita demais, mas faltava a cereja do bolo, algo que elevaria a festa a um novo nível e a ideia partida de um campista aleatório era deveras perigosa e só alguém com certas habilidades conseguiria, o que os campistas almejavam era um vinho do Sr. D. escondido em sua adega abaixo da casa grande e que se estendia por baixo de grande parte do acampamento, quase como um labirinto, mas tinha um problema, era guardado por 3 monstros diferentes e fortes. Alguns campistas pediram ajuda ao jovem filho de Hermes, Samuel, que aceitou a tarefa com gosto, seria um roubo fascinante.


Observações


- Comece seu post indo pra festa ou ficando em seu chalé não importa. Depois você é convocado por um grupo de três campistas para o trabalho, se quiser ter um diálogo com eles aí tudo bem.

- É noite e as harpias estão autorizadas a usar de petisco campistas que estejam em algum lugar que não seja ao redor da fogueira ou em seu chalé, apesar de não lutar com elas precisará despistá-las.

- Para chegar a entrada da adega que é no porão terá que passar pelo Sr. D e Quíron conversando na sala ao redor da mesa de ping - pongue.

- A adega é enorme, like a barraca da família weasley em Harry Potter. Então cuidado pois poderá se perder, deve seguir a dica de um dos três campistas que lhe procuraram de sempre seguir os pontos azuis e não olhar pros lados.

- Poderá levar contigo apenas uma espada simples e um escudo.

- Os monstros são: Duas Dracaenas, três cães infernais e uma réplica do Minotauro um pouco maior que você. A ordem que você vai os encontrar fica por sua conta, mas lembre-se que nenhum deles está junto.

- Ao chegar ao meio do labirinto onde está o vinho que os campistas querem decifre o enigma:

O que represento muitos desejam
Sou filha de um rei, rainha da juventude
Mortais deveria mas pouco me cultuam
Descubra quem sou e talvez te ajude.

- E não esqueça de tomar o caminho de volta até entrar o vinho a seus colegas de acampamento.


Melinoe
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Mensagem por Samuel Mellard Kenan Sáb Nov 02, 2013 11:39 pm


Missão
Acampamento Meio-Sangue / Interagindo com NPC / Prole de Hermes / Post atemporal / Em busca do vinho do Sr. D.
Festa! Eu adoro festas. Não sou o tipo de cara que pode ser considerado a “alma da festa”, mas isto não muda o fato de quê é um ótimo lugar para se conseguir carteiras. As pessoas bebem, ficam distraídas e puft! Adeus dracmas. Admito que não faço isso sempre. Só as vezes, e só quando as carteiras estando pedindo para serem assaltadas.   A comemoração seria em torno da fogueira, e por isso quase todos os campistas se dirigiam até o espaço entre os chalés. Eu estava entre eles. Fui recepcionado por uma abundância enorme de comidas e bebidas, sem levar em conta que bela visão era a das garotas de Afrodite com seus risinhos e pernas cruzadas. Procurei e procurei, mas não vi nenhum sinal de Lola ou Aria, coisa a qual me deixava livre para agir feito qualquer garoto normal de dezesseis anos – Você é a nora que a minha mãe pediu a Zeus. – Dei uma piscadela na direção de uma garota que passou ao meu lado. Só não fui estapeado porque meus reflexos gritaram a ordem de que eu me abaixasse, caso contrário teria a marca de cinco dedos estampados no rosto. É a vida. Puxei o fôlego e tornei a perambular entre os campistas, contudo meu caminho logo foi barrado por duas garotas e um garoto. Além de encará-los, eu não sabia o que fazer, portanto arqueei as sobrancelhas como quem pergunta o que está acontecendo. As duas garotas me pegaram pelos braços, arrastando-me com elas ao seguirem atrás do garoto com cabelo estilo escovinha – Foi só uma cantada! – Exclamei ao oferecer resistência. Só foram me soltar quando à luz da fogueira se tornou distante, e sequer pude dizer algo, pois o garoto começou a conversar comigo em seu tom grave.

Ao que tinha compreendido, boa parte dos campistas desejava um vinho especial da adega do Sr. D. (que fica no subterrâneo abaixo do Acampamento), mas não tinham coragem de roubá-lo por motivos mais do que óbvios. Até então eu já conseguia adivinhar o que queriam de mim – E eu sou o grande escolhido para roubar o vinho? Pode deixar!  - Disse de forma animada. Não me levem a mal, mas roubar é roubar e não há nada melhor do que a sensação de glória após o furto. O garoto ainda me disse que a entrada da adega ficava na sala de reuniões - àquela onde os conselheiros se reúnem -, que eu deveria seguir os pontos azuis caso quisesse encontrar o vinho e que evitasse olhar para os lados. Gesticulei positivamente como quem tinha entendido as instruções. Após me despedir dos três garotos que voltavam para a festa, comecei a planejar o que faria. As Harpias estavam á solta no Acampamento, o que por si só já era uma grande complicação. Eu precisava, acima de tudo, de Oz. Por estar próximo aos chalés, me esgueirei pela sombra dos prédios em formação definida. Em poucos minutos já tinha a mão em torno da porta do chalé de Hermes – Oz? Aqui macaquinho, aqui. – Cantarolei estalando os dedos. O sagui escondia-se atrás de um beliche, mas abandonou seu esconderijo assim que distinguiu a figura de quem o chamava. Aninhado em meu ombro, o macaco parecia tremendamente feliz por não estar sendo largado àquela noite – Nós temos um trabalho, Oz. – Murmurei ao lhe acariciar o topo da cabeça. [...]

A casa grande não ficava assim tão perto dos chalés, o que significa que eu tinha de rezar por sorte até conseguir passar de sua varanda. Algo comum entre os ladrões é que eles são silenciosos. Tentei ficar à sombra dos edifícios enquanto me esgueirava pelo Acampamento, embora nem sempre conseguisse evitar estar exposto. Sempre havia um par de armas reservas no chalé, provavelmente para o caso de acontecer algum ataque no meio da noite e a prole estar desprotegida, mas o fato é que tratei de levar comigo a espada curta e o escudo. Digamos que o eventual ranger das armas não fosse de grande auxílio para alguém que quer passar por despercebido. Continuei andando, sem nunca parar, até que escutei o bater de asas no alto e a voz esganiçada de Harpias dizendo ter sentido o cheiro de semideus. “Hoje teremos jantar”, umas gritavam, “volte aqui, comida!”. Engoli em seco, ainda temeroso quanto ao que fazer para me livrar dos monstros. Muito tempo seria perdido em um combate, até porque eu estava em menor número. Olhei para o sagui em meu ombro e tomei a decisão que tinha em mente ao ir procurá-lo no chalé – Eu vou jogar uma pedra naquele telhado e você corre para lá, tudo bem? Tente levar as Harpias para longe e me encontre na sala da casa grande. – Disse e dei alguns tapinhas na cabeça do macaco. Obediente, Oz pulou de meu ombro e começou a se esgueirar para longe da sombra onde eu me mantinha oculto. O chão estava repleto de terra e folhas secas, portanto tive que escavar até encontrar uma pedra de diâmetro considerável para chamar a atenção das Harpias. Levei o braço bem para trás em busca de usar do impulso e joguei a pedra ao voltar o braço para frente. As Harpias começaram a emitir ruídos entusiasmados, suas asas batendo ainda com mais rapidez e estímulo. Era a hora. Esperei só até ter certeza de que elas tinham ido atrás de Oz e comecei a correr de verdade, não só me esgueirar, mas correr o bastante para chegar ao meu destino o quanto antes. Nesses momentos eu tenho de agradecer por ser filho de quem sou.

Cheguei á casa grande em tempo de escutar o berro das Harpias de segurança. Pelo visto Oz já estava se aproximando da residência e não tinha conseguido se livrar da companhia indesejada. Antes de entrar na casa, peguei algumas pedras pontiagudas no chão, guardando-as no bolso de minha bermuda para o caso de precisar ajudar o sagui. Entrei na sala repleta dos habituais quadros do Sr. D. e me sentei no sofá, o pescoço erguido na direção da janela que eu havia deixado entreaberta de propósito. Um, dois, três minutos se passaram. Oz surgiu repentinamente, os pequenos dentes a mostra no que poderia ter sido um sorriso ou uma demonstração de medo. Chamei o sagui com um estalar de dedos e ele subiu em meu ombro – Bom trabalho, Oz. Despistou direitinho as Harpias. – Elogiei o macaco que só não começou a pular porque o segurei pelo braço – Mas não pode fazer barulho. – Repreendi ao ficar de pé. Por ser representante do chalé de Hermes, eu sabia exatamente onde encontrar a sala de reuniões que, na verdade, era ocupada somente por um conjunto de joguinhos, incluindo uma mesa de ping-pongue como móvel de destaque. Logo ao me aproximar da porta, colei os ouvidos no mogno, o que me deixou capaz de verificar se havia alguém presente no recinto. Para o meu azar, as vozes de Quíron e do Sr. D. retumbavam contra a madeira envelhecida. Era difícil dizer se estavam apenas conversando ou se jogavam cartas, mas o que realmente importa é que eu precisava tirá-los dali caso quisesse descer para o porão. Lancei um olhar pensativo para Oz, considerando se podia colocá-lo em risco novamente. O sagui pareceu me entender, porque pulou de meu ombro e estendeu as pequenas mãos – Tem certeza? Não são só Harpias dessa vez. – Indaguei com as sobrancelhas arqueadas. Como o animal não recuou, tirei algumas das pedras que tinha no bolso e as entreguei para o sagui – Já sabe o que fazer. – Dei uma piscadela.

Oz deu a volta na casa, indo se posicionar frente à janela que dava para a sala de reuniões do Sr. D. e enquanto isso eu me escondia atrás da porta mais próxima. Como tinha em mente, o sagui começou a arremessar as pedras contra a janela, até que enfim o vidro se estilhaçou. Pude escutar a exclamação enfurecida de Dionísio, assim como os pedidos de calma feitos por Quíron. Pelo visto eles ainda não haviam avistado o sagui. As pedras continuaram até que a porta da sala de reuniões se escancarou. Deus e centauro saíram em disparada pela porta em direção ao lado de fora, enquanto eu me encolhia cada vez mais no cômodo ao lado. Prendi até mesmo a respiração. Quando não consegui ouvir cascos ou pés, saí de meu esconderijo e fui para o corredor. Em sua pressa, o diretor do Acampamento havia deixado à porta entreaberta, coisa a qual eu tinha rezado para que acontecesse. Flexionei os braços já pesados do tempo que vinha carregando o armamento e corri até dentro da habitual sala já vista antes por mim. Por sorte, não havia porta para o porão, somente a escadaria em espiral que descia em direção a escuridão completa. Ainda pensei em procurar por Oz e ver se ele não tinha sido pego, mas o tempo era curto e eu precisava sair dali o quanto antes. Aproveitei o máximo possível da luz da luminária e comecei a descer os degraus, dois de cada vez, com cuidado para não fazer o bronze ressoar mais do que o necessário.

Tal como a maioria das adegas deve ser, havia iluminação, só que precária. Precisei de alguns minutos para me acostumar com a meia-escuridão, mas logo conseguia enxergar perfeitamente bem. Não me pergunte o porquê, afinal não sei explicar, entrementes eu simplesmente sabia que direção seguir, mesmo antes de avistar um quadro totalmente azul. “Siga os pontos azuis”, foi o que me disseram. Comecei a me movimentar na direção direita do corredor, sempre tentando não olhar o que havia ao meu redor, mas mesmo assim olhando porque não sou o tipo de pessoa que consegue controlar a curiosidade. Quadros, barris, tonéis, prêmios antigos... Tudo isso e muito mais preenchia as prateleiras e o chão ao meu redor. Na próxima entrada a esquerda, comecei a sentir que havia algo errado. Já vinha andando em silêncio, ou no máximo de silêncio que meus dons me concediam. No próximo corredor fui dar de cara com um mastim preto. Já disse o quanto odeio cães infernais? Pois é, eu os odeio, e também odeio o tamanho de suas presas. Recuei um passo, quase caindo por cima de um barril, e ergui o escudo em posição defensiva – Bom cachorrinho, bom cachorrinho... – Murmurei no tom mais calmo que conseguia produzir, mas então o mastim avançou – Cachorro mal, cachorro mal! – Falei rápido e gritado. Não tinha muito espaço no corredor para escapadas, por isso resolvi poupar minha cartada de opções ao jogar o escudo contra a boca escancarada do cão infernal. O impacto foi tamanho que cambaleei para trás, precisando balançar a cabeça a fim de recobrar minha sanidade mental. Pena que o mastim não teve problemas com a batida, pois já estava me cercando novamente.

Naqueles momentos eu queria ser filho de Hades, sabe? Porque, vejamos, Hades podendo ou não ser um cara tão legal (e fazer imitação do Zé Ramalho), a maioria de seus filhos fazia amizade facilmente com seres do submundo, coisa a qual eu obviamente não consigo por ser filho de um mensageiro! Com quem eu tinha amizade? Selos postais? Grande coisa. De escudo novamente erguido, corri ao encontro do cão infernal, lhe desferindo um golpe na diagonal esquerda. Um ganido escapou do mastim, mas isso não o fez mudar de ideia quanto à opção de abocanhar minha perna. Recuei o mais rápido que pude e mesmo assim os caninos roçaram minha canela. Eu, com toda a certeza, não queria sentir o real impacto que teria a mordida de um cão infernal. Desviei as garras do monstro com o escudo e tornei a investir, pressionando-o a recuar pelo corredor e me ceder mais espaço para investidas. Em esgrima eu tinha aprendido a pressionar os inimigos, assim como estripá-los se necessário, e aquele era o momento de por as coisas em prática. Ao afastar o escudo para desferir outra estocada, o cão infernal achou uma brecha considerável e desceu as garras por meu antebraço, rápido o suficiente para que eu não conseguisse evitar o lanho. Não recuei com a dor, embora estivesse prestes a fazê-lo o quanto antes. Invés de me afastar, continuei investindo até que acertei a cabeça do monstro com o escudo e, sem tempo de intervalo, finquei-lhe a espada de bronze pelo céu da boca. O monstro explodiu em uma nuvem de cinzas. Antes que eu pudesse comemorar, mais rosnados surgiram atrás de mim e a sensação de frieza já me dizia a quem pertenciam. Dois outros cães infernais me encaravam do outro lado do corredor. Apertei os punhos e ergui os olhos para os céus, jurando que não iria roubar mais nada por uma semana se conseguisse sair vivo daquela taberna.

Cão 1 e Cão 2 investiram assim que me virei na direção deles, cada qual por um flanco. Desnorteado em relação a qual dos ataques eu deveria defender, comecei a mudar o peso de meu corpo de um pé para o outro. O Cão 1 tentou abocanhar meu braço ferido (o direito), o que foi uma ótima jogada, e o Cão 2 queria apresentar seus caninos a minha perna esquerda. Ambos os cães tinham o tamanho de um rinoceronte, e isso não é a melhor parte, porque cada qual me encarava com seus olhos injetados de sangue. Baixei a cabeça e comecei a correr na direção de ambos, impedindo que me pegassem parado como um alvo fácil. Um deles era mais rápido do que o outro, tanto que ergueu caninos e garras contra mim enquanto seu companheiro ainda precisava correr alguns metros até me alcançar (vamos fazer dieta, colega). Bati com a parte chata da espada contra o topo de sua cabeça, empurrando-o para trás com o escudo para assim poder receber seu irmão. O Cão 2 foi mais esperto, desviou minha estocada e acertou em cheio meu estômago, só que não com garras e caninos, mas com seu próprio peso. Foi como ser acertado por um saco de batatas com 200 quilos. Ao cair, bati com a cabeça em uma das prateleiras, ficando ligeiramente tonto. Algo pegajoso e cheirando a ferro molhava o lado direito de meu rosto. Sem pausa para recuperação, me coloquei de pé em tempo de rolar para o lado e evitar ser atingido pela nova investida do Cão 2. Enquanto isso, Cão 1 se aproximou por trás de mim, suas garras descendo por minhas costas como se estivesse tentando afiá-las. Prendi o grito, já cansado e enraivecido, e voltei na direção do mastim negro. Eu tinha a intenção de acertá-lo no olho, mas a lâmina foi atingir a garganta do monstro. Insatisfeito em só furá-lo, puxei a espada para cima, abrindo um profundo corte que subia da garganta até quase dividir a cabeça do cão infernal em dois lados. Restou o pó aos meus pés.

Cão 2 soltou um lamurio alto, tão alto que pensei que poderia ser ouvido de fora da adega. Eu já estava de saco cheio com aqueles malditos cães, cansado e machucado. Girei minha espada curta entre os dedos e investi contra o vulto negro que recuava no corredor. Invés de seguir diretamente, arrastei um dos barris para longe das prateleiras embutidas na parede e o rolei na direção do cão com um pontapé certeiro. O cão 2 pulou o barril, assim como esperado, e nesse momento eu o peguei no ar com uma estocada certeira em direção a seu tórax. Não satisfeito em empalar o monstro, torci a espada em seu interior até que os ganidos ficassem altos. Pela terceira vez naquela noite, assisti enquanto um cão infernal se dissolvia em pó – Que inferno. – Resmunguei ao limpar minha espada na única camiseta do Acampamento que eu tinha e que já estava em péssimas condições. Minhas costas ardiam com os cortes, assim como meu braço e o ponto indeterminado de onde vinha o sangue que correu para meu rosto. Puxei o fôlego e corri os olhos ao meu redor, pronto para encontrar outro monstro maluco a fim de jantar, mas não vi nada além de um jarro azul. Pontos azuis. Meio a contragosto, comecei a andar na mesma velocidade de antes, sempre na direção dos pontos azuis. Depois disso eu não cedi tanto à curiosidade de olhar ao meu redor.

Direita, esquerda. Direita, esquerda. Os pontos azuis surgiam em variadas formas, incluindo entre elas uma garrafa de vinho vazia, um escudo esquisito e uma cauda de peixe. Na medida em que eu seguia pelos corredores, mais e mais barris surgiam, e até mesmo garrafas de vinho por vezes. Atento como estava, percebi logo que tinha a companhia de dois répteis. Eu sabia que estavam no próximo corredor, e não só porque meu pai tinha relação com as cobras, mas porque o andar era arrastado demais para se tratar de pés ou patas, e também devido ao fato de silvarem entre si. Por experiência, já sabia que duas dracaenae me esperavam. Há alguns dias Quíron tinha me feito vasculhar a floresta atrás de uma dracaenae, logo eu saberia reconhecer de longe a presença de um monstro semelhante ao escutá-lo. Puxei o ar e dei o passo que me deixou frente a frente com os dois humanoides. Olhos felinos me esquadrinharam - juro que com fome - e as caudas de serpente se retesaram animadamente tal qual um cachorro pedindo comida. Sem me dar ao trabalho de falar, rolei os olhos e ergui o escudo, já investindo de prontidão invés de esperar que as dracaenae decidissem trabalhar em grupo. A Feiosa 1 estava mais perto, por isso cheguei até ela primeiro, fazendo cair sobre si o bronze celestial em estocada depois de estocada. Fingi que ia me abaixar para evitar suas garras, mas invés disso joguei o escudo contra o ataque e girei a espada fazendo-a passar na horizontal por sobre meu escudo que, erguido como estava, ficava na altura do pescoço do monstro. Gosma escapou do corte aberto por mim, mas nenhum monstro se desintegrou. Antes que eu pudesse terminar, a cauda da Feiosa 2 se enrolou em meu tornozelo e puxou-me para trás. Caí de bruços no chão, sendo arrastado para longe da Feiosa 1 que silvou ameaças a respeito de eu ser sua próxima refeição. Ainda estava sendo arrastado quando virei-me de modo a deixar as costas machucadas contra o chão e tentei alcançar o rabo da dracaenae, mas sempre tornava a cair quando tentava fazê-lo. Por falta de opção, escanchei a borda do escudo em uma das divisões da prateleira ao meu lado.

Feiosa 2 teve de me soltar, afinal não esperava que me agarrasse a algo daquele maneira, além do fato da pele escamosa ser maleável. Liberei o escudo e fiquei de pé, a espada já em guarda e voltada na direção das duas dracaenae que silvavam. Uma tentou me acertar com ácido, e por segundos fiquei incerto quanto ao que fazer, preferindo rolar para o lado invés de correr o risco de derreter meu escudo que até então vinha sendo útil. Ao rolar, peguei uma garrafa de vinho caída ao chão e joguei contra um dos monstros, o da direita - Beba com moderação. – Disse ao ouvir o estilhaço de vidro se partindo. Sem tempo para brincadeiras, comecei a pegar as coisas nas prateleiras e jogar em cima dos monstros; qualquer coisa mesmo. Quando meu estoque se resumiu a bonecos de teatro, tive de abandonar o longo alcance e novamente cheguei perto das dracaenae. Feiosa 1 estava mais lenta depois de eu tê-la feito um lanho, por isso se escondeu atrás de Feiosa 2 que tentou me derrubar novamente com seu rabo bifurcado. Daquela vez eu já estava atento, por isso pulei ao ver a movimentação perto de meus pés, evitando ser derrubado e me agachando assim que pousei no chão. Investi contra as caudas, aparando a ponta de uma e roçando a outra com a lâmina. Mais silvos furiosos surgiram. Ácido foi novamente lançado, dessa vez quase me atingindo, mas consegui desviar para o lado em tempo de ver uma prateleira se dissolver. Precisava acabar o mais rápido possível com aquilo. Desafivelei o escudo de meu braço esquerdo, arremessando-o feito um disco na cara da Feiosa 2 e investindo contra ela. Dois ataques eram difíceis de evitar. Acertei-lhe a espada no ventre, mas dessa vez não tentei empreender tortura, só chutei o corpo para o lado e, sem escudo, parti para cima da Feiosa 1. A dracaenae silvou e mostrou as presas, e nesse instante finquei minha espada dentro de sua boca de serpente. Parecia dizer “tem uma espada na minha boca” antes de virar pó. Menos duas dracanae no mundo. Peguei o escudo de volta.

O lado bom daquilo tudo? Meu instinto de ladrão dizia que logo eu encontraria o maldito vinho. O lado ruim? A adega cheirava a algo em putrefação. O último ponto azul que avistei foi uma luva de beisebol antiga, do tipo cheia de remendos e coberta de poeira. Ao me aproximar, notei que as luzes tinham aumentado, assim como algo respirava pesadamente do outro lado do corredor frente a uma porta. Metade homem e metade touro, era o minotauro. Com tantos monstros no mundo, por que Dionísio havia colocado tantos para defender uma mera adega? Mas que coisa! Puxei o fôlego e prendi a respiração, tentando fazer silêncio, pois as histórias diziam que o monstro não era enxergava muito bem. Os segundos se arrastaram, quase pareciam zombar de mim e meus punhos cerrados. Qualquer som e eu estaria ferrado. Ao longe, fiquei observando enquanto o touro farejava o ar, talvez sentindo o cheiro de sangue ou até mesmo o cheiro de semideus. Quase fechei os olhos, mas mantive-os aperto por questões de segurança. O minotauro começou a caminhar na minha direção. Seus passos eram pesados, faziam balançar as estantes e meu coração ter vontade de saltar do peito. Vamos lá, pedi em pensamento. Eu estava quase me fundindo à prateleira quando o monstro parou ao meu lado e inspirou. Corri. Não me pergunte por que fiz aquela coisa idiota, afinal eu mesmo não saberia lhe dizer, mas tinha a sensação de que seria morto se ficasse parado. O minotauro urrou e começou a me seguir. Fui seguindo corredor após corredor, jogando coisas para trás e chutando barris, até arremessei meu escudo que foi bater em um dos chifres do monstro. Mas que bela ideia, Samuel, agora você não tem escudo. Ao longe avistei uma grande placa azul com dizeres que eu não distinguia daquele distância – Será... Só pode ser. – Pensei alto. Senti-me como em um filme naquele momento, olhando para o minotauro e depois para a placa que mais parecia um cofre se você encarasse por muito tempo.

Optei por tentar me livrar do minotauro primeiro. O monstro investiu assim que parei de correr, vindo contra mim a toda velocidade, embora fosse lento graças a seu pesado corpo. Era como enfrentar um filho de Ares. Aguardei até o último segundo, rolando para o lado e saindo do caminho do minotauro. A coisa bateu de cara com a parede sólida, sua cabeça quebrando o concreto. Por um segundo fiquei imaginando o estrago que aquilo poderia fazer em mim. Enquanto o monstro tentava se situar novamente no tempo e espaço, aproximei-me por suas costas e desferi um golpe vertical com a espada. Seus músculos repeliram com facilidade a lâmina, fazendo com que o golpe se parecesse mais com cócegas do que com qualquer outra coisa. Urrando, o minotauro se voltou em minha direção e seus braços tentaram me agarrar. Graças à agilidade natural, agachei-me em tempo de evitar ser erguido pelo pescoço, aproveitando da minha posição para fincar a espada nos pés do monstro. Considerando que era a parte mais vulnerável que eu tinha encontrado, o minotauro urrou e começou a correr feito maluco. Tive de me afastar para não ser atropelado por aquela caminhonete quatro por quatro.  Era a minha chance. Silencioso como podia, me esgueirei na direção da placa azul. Andava na ponta dos pés, respirando só quando necessário, e já não tinha o escudo para atrasar minha movimentação. Apertei os olhos e comecei a ler os escritos – “O que represento muitos desejam. Sou filha de um rei, rainha da juventude. Mortais deveria mas pouco me cultuam. Descubra quem sou e talvez te ajude.”

E agora? Tanto esforço para nada. Eu queria socar algo, derrubar aquelas prateleiras e ir embora, mas não podia deixar as coisas como estavam depois de quase ter morrido – Pense, Samuel, pense... – Murmurei comigo mesmo, só que em tom baixo para não chamar a atenção do minotauro que ainda rondava por entre o empreitado de prateleiras e passagens. Filha de um rei. O rei só poderia ser Zeus, mas isso não servia de muita coisa já que Zeus tinha vários filhos. Rainha da juventude? Certo, eu já tinha ouvido falar de alguém com relação à juventude. Comecei a achar que deviam ter mandado Aria procurar pela maldita garrafa de vinho. Seria Perséfone? Não, esta deusa era a mulher de Hades e filha de Deméter. Então... Quione? Não, ela tinha relação com o inverno ou coisa assim. Então quem? Apertei os punhos, já alheio a qualquer dor que pudesse sentir. Foi aí que me lembrei de minhas tardes na companhia de Aria enquanto ela me ensinava mitologia – Já sei! – Exclamei ao bater o punho contra a palma de minha mão – Hebe! – Disse. A placa tremeluziu, transformando-se em um buraco na parede. Espiei o espaço novo e lá dentro avistei uma garrafa de vinho. Tudo isso por uma mísera garrafa de vinho. Mas também não fiquei me lamentando, simplesmente peguei a garrafa com a mão que antes portava o escudo e comecei me afastar pelo mesmo corredor de onde tinha vindo. O caminho de volta seria rápido caso não desse de cara com monstros. Contudo, o minotauro continuava a solta, e espero que longe o bastante para não estar me escutando quando comecei a seguir a trilha dos pontos azuis que me levaria até a escada para fora do porão
.
Enquanto andava, comecei a me perguntar por quanto tempo tinha se passado até então. Não muito, supunha, mas com certeza eu tinha extrapolando qualquer prazo de 60 minutos. Já próximo ao fim do trajeto, passei a escutar a respiração pesada do minotauro e sentir seu cheiro. Droga! Esgueirei-me no mesmo silêncio, inaudível, e parei de respirar quando o monstro passou por mim. Foi aí que me ocorreu o que poderia fazer para despistar meu cheiro. Peguei uma das pedras que tinha no bolso, fazendo o máximo para não roçar a mão no tecido, e por fim arremessei a pedra no fim do corredor. O barulho de metal sendo batido despertou a atenção do monstro que parou de farejar para simplesmente se guiar pela audição. Posso ser muita coisa, inclusive covarde, mas não tinha pretensão alguma de ser burro. Sem perder tempo, tornei a me afastar. Não demorou muito até que encontrei a escada que dava para a sala de reuniões do Sr. D., só então lembrando do fato de quê provavelmente o deus e o diretor de atividades estariam novamente ocupando o recinto. Já subindo os degraus, apurei os ouvidos em busca de ouvi-los, mas nenhum ruído tornou-se audível – Certo... Pai, eu sei que já lhe pedi muita coisa, e que geralmente você me atende, mas poderia, por favor, me ajudar agora? – Murmurei. Sem saber se tinha sido ouvido ou não, tornei a combater os degraus que me levavam cada vez mais para o alto e em direção à luz. Ao chegar no topo, dei o último passo e fechei os olhos. Passaram-se um, dois, três segundos e ninguém havia dirigido a palavra a minha pessoa. Arrisquei espiar. A sala de reuniões estava vazia, de janelas escancaradas após terem sido quebradas e porta fechada. Apertei os lábios e corri até a janela, não abusando da sorte. Por hábito de ladrão, pulei a janela com habilidade, indo pousar no grama tal como um gato.

Dessa vez as Harpias não apareceram, embora ainda fosse noite e eu não estivesse onde deveria estar. Encarei os fatos da maneira mais otimista que podia, e devo dizer que sou péssimo nisso. Tinha perdido a noite lutando contra monstros, meu corpo todo clamava por descanso e ainda teria de aparecer em uma festa naquelas condições. Continuei andando e sendo ranzinza, até que escutei a música alta e me escondi atrás de um arbusto próximo. Garotos e garotas dançavam, alguns iam se afastando para a sombra de prédios e uns malucos gritavam ter visto um unicórnio. Entre todos, avistei a trupe do garoto e as duas garotas que haviam conversado comigo. Ainda com pedras no bolso, joguei uma de menor porte na cabeça do garoto que se virou instantaneamente com a mão sobre o novo machucado – Aqui, anta. – Chamei com um gesticular de mãos. Como se só então se lembrassem da minha “missão”, a trupe se aproximou com um sorriso que ia de orelha a orelha – Peguem o maldito vinho. – Resmunguei ao jogar a garrafa que foi pega no ar pelo ágil rapaz. Os três ficaram me olhando como quem pede desculpas, embora mudos, até que as duas garotas imitaram o que tinham feito antes ao me segurarem por ambos os braços. Olhei de forma interrogativa. A loira mais próxima disse que tinham algo para me mostrar. Bem, digamos que não foi um desperdício total do meu tempo e esforço. Quanto a Oz... Ele podia esperar.


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Mensagem por Melinoe Sáb Nov 09, 2013 4:09 pm

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